A medicina é uma das profissões mais admiradas pela sociedade, e também uma das mais exigentes. Rotinas exaustivas, longas jornadas de trabalho, pressão constante por decisões precisas e exposição frequente ao sofrimento humano tornam a prática médica uma atividade altamente desgastante. Em meio a tanta dedicação ao outro, muitos profissionais esquecem de cuidar de si mesmos.
O Sindicato dos Médicos do Pará (SINDMEPA) acende um alerta importante: médico também é paciente, e precisa ser cuidado.
Transtornos mentais em alta entre médicos brasileiros
Segundo a pesquisa Qualidade de Vida dos Médicos, realizada pela Afya, empresa voltada à educação e soluções para a prática médica, ansiedade, depressão e síndrome de burnout são os principais transtornos mentais enfrentados pela categoria.
O estudo, divulgado no ano passado, ouviu mais de 2 mil médicos de todas as regiões do país e revelou dados preocupantes:
• Dois em cada três profissionais afetados por transtornos mentais são mulheres;
• Quase metade dos casos está concentrada na faixa etária entre 25 e 35 anos;
• Cerca de 3,6% dos médicos precisaram ser internados para tratar alguma condição mental nos últimos 12 meses, com afastamento médio de cinco semanas.
Apesar de uma leve melhora em relação à primeira edição da pesquisa, realizada em 2022, quando 45% dos entrevistados relataram algum transtorno psíquico, os números seguem altos e reforçam a necessidade de atenção contínua à saúde mental dos médicos.
Sobrecarga e automedicação agravam o cenário
De acordo com o médico e diretor da pesquisa, Eduardo Moura, a carga média de trabalho dos médicos, de quase 51 horas semanais, é um dos principais fatores que contribuem para o adoecimento mental. Moura também destaca o elevado índice de automedicação, uma prática comum entre os profissionais da área, que agrava ainda mais o problema ao adiar tratamentos adequados.
Cuidar de quem cuida: um compromisso urgente
Para o SINDMEPA, zelar pela saúde física e mental dos médicos é uma prioridade. Afinal, não há assistência de qualidade à população sem profissionais saudáveis e bem cuidados.
O primeiro passo, reforça o sindicato, é o reconhecimento: “Proteger-se emocionalmente não é sinal de fraqueza, mas de responsabilidade.”
Você não está sozinho
O SINDMEPA atua não apenas nas lutas salariais e estruturais, mas também no cuidado humano e integral da categoria médica. Porque antes de ser médico, você é uma pessoa, e merece ser ouvido, respeitado e acolhido.
Fonte: Agência Brasil