Está sendo denunciada uma prática grave em Parauapebas, no sudeste do Pará: médicos sem especialização, e até com registros irregulares, estão sendo contratados para atuar como especialistas em áreas críticas, como a cirurgia neonatal, sem a capacitação necessária. A denúncia foi feita por um médico especialista ao Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), que alerta para os riscos dessa conduta. A situação fere a ética médica e compromete seriamente a segurança dos pacientes.
Esse problema é reflexo da omissão do poder público e da atuação irresponsável de empresas terceirizadas, que oferecem salários baixos e condições precárias para profissionais capacitados. Como resultado, escalas são preenchidas por médicos não qualificados, muitas vezes sem contrato formal ou com salários reduzidos.
Risco real para a vida da criança
Casos cirúrgicos em crianças exigem conhecimento técnico específico, experiência e infraestrutura adequada. Quando não há um especialista, o médico geral pode atuar em situações de emergência apenas até que o suporte correto seja garantido. No entanto, em procedimentos eletivos, essa atuação indevida pode gerar sanções éticas e até responsabilização judicial.
Gestão Pública e negligência estrutural
O fato de o poder público permitir que empresas terceirizadas conduzam contratações sem critérios técnicos, ignorando denúncias, inclusive em áreas de alto risco como a pediatria cirúrgica, é muito grave. A omissão dos gestores e a falta de fiscalização evidenciam a negligência com a saúde pública, permitindo que interesses administrativos fiquem acima da vida humana, especialmente das crianças, que dependem do SUS para um atendimento seguro e de qualidade.
Exigimos providências
É urgente que os órgãos de controle, como os Conselhos de Medicina, Ministério Público e Tribunais de Contas, atuem com rigor para investigar, responsabilizar e coibir práticas que colocam em risco a integridade de pacientes e violam frontalmente a legislação vigente. Prezamos pela qualidade de atendimento à população com segurança e respeito.
Fonte: Câmara Municipal de Parauapebas